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Longe de tentativas de reduzir esse assunto tão complexo, vou apenas lançar uma pequena reflexão sobre ele.
Nós vivemos em um mundo imediatista. Queremos que a pizza chegue logo. Queremos que o site carregue depressa. Queremos que nossos amigos atendam os nossos telefonemas e respondam com rapidez os nossos torpedos, SMS ou seja lá o que for. Queremos logo uma porção de coisas. Enfim, a tecnologia agilizou muitas coisas nas nossas vidas. E ela nos deixou mal acostumados também...
E ainda tem o capitalismo atrelado a tudo isso que foi mencionado. Ah, como somos ingênuos ao deixar que esse sistema influencie também no nosso modo de nos relacionarmos com os outros. Será que alguém já parou para pensar nisso? Bom, vamos lá...
Celular novo hoje. Bom, hoje ele está novo. Amanhã surge um novo modelo e queremos trocar aquele que nós temos. Quantas pessoas tiveram um Super Nintendo e assistiram, com o passar do tempo, a transformação tecnológica dos vídeo games? E dos aparelhos de televisão e dos computadores? E os MP alguma coisa? Eu acho que a contagem dos MP começou no 3 e agora está no MP sei lá que número. Mas o que interessa é que fomos trocando o que não serve mais pelo novinho em folha! Tudo bem! Isso ajuda a economia, o capitalismo, gera empregos, gera progresso! Mas o que isso gera nos relacionamentos amorosos? E alguém hoje em dia tem tempo para pensar em amar?
Paulo está ficando com a Ana. Paulo agora está ficando com a Andressa. E agora com a Mariana. E agora com o Pedro (brincadeirinha)! Os adolescentes “ficam” a fim de se descobrirem e de se apropriarem de si mesmos. Será mera coincidência a semelhança desse trocar de parceiras com o trocar de celular ou de vídeo game pelo o da última geração? Isso porque estou falando do “ficar”... Imagine que hoje em dia já se fala em “pegar”! Eu os chamaria de relacionamentos instantâneos. Relacionamentos com prazo de validade. Infelizmente nós viramos mercadorias de nós mesmos.
É verdade. Nós nos vendemos! Por exemplo, na Internet. Fotos, frases de efeito... Quem é a pessoa que escreve a verdade no “quem sou eu” do Orkut? A maioria coloca trechos de músicas, poemas, uma foto, ou simplesmente não coloca nada. Dificilmente paramos para pensar na resposta para essa pergunta: “quem sou eu?”. Daí surge a Internet: o instrumento para sermos quem nós queremos ser! Ual! A nossa salvação! A salvação para nosso tédio! Com ela temos o controle sobre nossas vidas através de um clique no mouse. Com ela podemos vender a melhor imagem nossa! Maravilha!
Enfim, longe de fazer generalizações, percebo que a maioria dos relacionamentos tem se tornado vazios, servindo apenas para preencher o vazio e a falta de sentido que a vida tem adquirido nos últimos tempos. Só que a vida tem sentido. É que nós dificilmente paramos pensar a respeito dele. Os relacionamentos atuais se ligam intimamente com a descartabilidade do mundo da tecnologia, mencionada acima; ganharam um caráter fugaz. É como se algumas pessoas estivessem ficando ou pegando, não só para experimentar, mas também para “usar” e muito provavelmente, “descartar” por outro alguém “novinho em folha”.
Recomendo o livro de Zygmunt Bauman, “Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos”, que serviu como inspiração para a feitura desse texto.
Plagiou o meu conceito sobre o *AMOR*
ResponderExcluirEntão foi o Zygmunt Bauman que plagiou você primeiro no livro que recomendei ao final do texto ? Acredito que não. Mera coincidência, Felipe.
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